George Grosz e a Alemanha no PÓS-Primeira Guerra
George Grosz (1893 -1959) foi um pintor e desenhista alemão. Ofereceu-se para lutar na Primeira Guerra Mundial, mas a experiência da guerra – violência, fome, destruição e morte – o fez grande crítico do militarismo germânico e transformou sua produção artística.
Os temas políticos e a crítica ao modo de vida alemão durante o pós-guerra se tornaram uma constante. Foi um dos grandes expoentes do movimento artístico Nova Objetividade. Os artistas dessa corrente se debruçavam sobre a realidade que, após a guerra, refletia uma sociedade doente, representada em obras de teor satírico ou grotesco.
Com a derrota na guerra, a Alemanha, que era um império, tornou-se a República de Weimar. Foi, desde o princípio, uma república fragilizada. O fato de o país não ter uma tradição republicana e o agravamento das crises social e econômica alimentaram o radicalismo político, que provocou o progressivo esfacelamento do governo.
Nesse cenário, interessava a George Grosz investigar aqueles que detinham o poder – “os pilares da sociedade” – e de que forma dispunham dele. Suas obras retratavam o clero, os burocratas, a burguesia e os membros dos altos escalões militares que radicalizavam cada vez mais suas posições políticas e gozavam os benefícios do dinheiro e da glória, enquanto os soldados rasos que lutaram durante a guerra morriam de fome, sintoma da desigualdade social que havia atingido níveis assustadores.