Central nuclear da usina de Fukushima I depois do acidente nuclear ocorrido no Japão, 2011.
IMAGEM: DIGITALGLOBE/GETTY IMAGES

Use o recurso de scroll para avançar ou retroceder.

ACIDENTE NUCLEAR DE FUKUSHIMA

Em 2011, o maior terremoto da história do Japão deu origem a um tsunami que atingiu o litoral nordeste do arquipélago.

No caminho das ondas gigantes estava a central nuclear de Fukushima I. Quatro dos seis reatores da instalação explodiram, gerando vazamento radioativo e consequências ambientais, econômicas e sociais que perduram até hoje.

A formação do tsunami

A maioria dos tsunamis é provocada por maremotos, que se originam de tremores ocorridos no fundo do oceano devido ao choque entre placas tectônicas. Esse movimento repentino desloca uma grande quantidade de água, iniciando a formação de ondas gigantes.

CARTOGRAFIA: FERNANDO JOSÉ FERREIRA, com base em “Entenda o
terremoto do Japão”, Estadão Infográficos, 11 mar. 2011. Disponível em: <www.estadao.com.br/infograficos/entenda-o-terremoto-do-japao,
internacional,234843>. Acesso em: 31 maio 2016.
Tsunami destrói a costa da cidade de Iwaki (Japão), 2011.
IMAGEM: THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES

EMBAIXO D’ÁGUA

As cidades mais destruídas pela força das águas foram as localizadas nas províncias de Fukushima, Iwate e Miyagi, no nordeste do Japão. O tsunami deixou quase 20 mil mortos e desaparecidos, ocasionando a pior tragédia ocorrida no país desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

VÍDEO: NHK/GETTY IMAGES

AGRICULTURA SOB RISCO

O tsunami provocou o alagamento de áreas agrícolas, espalhando o sal da água do mar pelas lavouras. O governo foi então obrigado a destinar recursos à importação de solos, à dessalinização da terra e a medidas de drenagem para
viabilizar a agricultura.

Plantação de arroz inundada pelo tsunami. Iwanuma (Japão), 2011.
IMAGEM: THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES

FORA DE LUGAR

Barcos foram arrastados pela força das águas e se misturaram aos destroços das cidades. Alguns foram parar em cima de casas, transformando ainda mais a paisagem devastada.

A força do tsunami colocou um barco sobre um edifício de Otsuchi (Japão), 2011.
IMAGEM: THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES
128.558 edifícios totalmente destruídos
22 milhões de toneladas de escombros nas áreas mais afetadas
IMAGEM: RODRIGO LUIS DE ANDRADE

ANTES E DEPOIS

O governo japonês gastou mais de US$ 200 bilhões na reconstrução de cidades que ficaram em ruínas após o tsunami. Entre as medidas tomadas estão a elevação do terreno para proteger as localidades de futuros tsunamis e a restauração completa de estradas e portos.

Use o recurso de scroll para comparar a paisagem do litoral de Rikuzentakata logo após o tsunami de 2011 com o cenário resultante da recuperação da cidade, em 2016.

2011

2016

IMAGENS: THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES

MURO DE GELO

Uma empresa japonesa está erguendo um muro de gelo de
30 m de profundidade e 1.500 m de comprimento em volta
dos reatores da usina de Fukushima para evitar que águas subterrâneas, vindas de uma montanha próxima à usina,
sejam contaminadas e atinjam o oceano. Além disso,
a ideia do projeto é evitar que o volume de radiação
dentro dos reatores aumente.

Muro de gelo na usina de Fukushima. Imagem sem escala.
IMAGEM: RODRIGO LUIS DE ANDRADE, com base em MAXEY, Kyle.
“The Fukushima ice wall”. Engineering.com, 16 ago. 2013. Disponível em: <www.engineering.com/DesignerEdge/DesignerEdgeArticles/
ArticleID/6185/The-Fukushima-Ice-Wall.aspx>. Acesso em: 3 jun. 2016.

ZONA DE EXCLUSÃO

Por conta da radiação, foi criada em Fukushima uma zona de exclusão – área de acesso e permanência proibidos à população – que abrange a usina e um raio de 20 km em seu entorno. Quase 200 mil pessoas abandonaram suas casas, deixando todos os seus pertences para trás.

NAMIE: CIDADE FANTASMA

Namie está dentro do perímetro de 20 km de área evacuada pelo governo japonês. Os 21 mil habitantes da cidade foram para outras áreas e hoje a vegetação domina grande
parte da paisagem local.

Vegetação toma conta de carros abandonados em Namie (Japão), 2016.
IMAGEM: CHRISTOPHER FURLONG/EQUIPA/GETTY IMAGES

RETORNO DEMORADO

Muitas pessoas que viviam em áreas afetadas pelo acidente foram transferidas para abrigos temporários, onde aguardam, há anos, que a radiação diminua para níveis seguros.

DESCONTAMINAÇÃO

Mais de 160 mil toneladas de resíduos radioativos foram acondicionadas em armazéns temporários, distribuídos
em cidades do leste do país.

O Japão encontra muita dificuldade para lidar com essa situação, já que, com frequência, os objetos precisam
ser descontaminados um a um.

Pilhas de terra contaminada pela radioatividade são organizadas
em armazém provisório de Fukushima (Japão), 2016.
IMAGEM: TORU YAMANAKA/AFP PHOTO

PREJUÍZO ECONÔMICO

Diferentes países e inclusive outras cidades do Japão suspenderam a compra de produtos agrícolas, peixe e carne provenientes de Fukushima, mesmo após a ameaça de contaminação estar descartada em algumas áreas.

IMPASSE

A energia nuclear é menos poluente que as fontes energéticas fósseis. Por outro lado, o Japão é constantemente afetado por terremotos e tsunamis, e, portanto, sempre sujeito a novos acidentes como o ocorrido em Fukushima. Será que continuar gerando energia nuclear vale a pena para o país?

Usina nuclear de Ikata, desativada depois do tsunami de 2011. Ikata (Japão), 2016.
IMAGEM: THE ASAHI SHIMBUN/GETTY IMAGES

PROTESTOS

Com receio de novos desastres após o acidente em Fukushima, o governo japonês desativou 48 reatores em todo o país. Em 2015, porém, a usina de Sendai foi reativada, o que motivou manifestações contra o programa nuclear nacional.

A DEPENDÊNCIA DOS
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

A escassez de recursos naturais para atender a sua numerosa população faz do Japão um dos maiores importadores de gás natural, carvão e petróleo bruto do mundo. A origem estrangeira da maior parte desses combustíveis fósseis encarece a geração de energia elétrica no país.

FONTES RENOVÁVEIS

A necessidade de diminuir a emissão dos gases poluentes lançados à atmosfera em decorrência da queima de combustíveis fósseis e a desativação de usinas nucleares forçaram o governo japonês a aumentar os investimentos em fontes renováveis de energia.

Energia solar

Já está em funcionamento a maior usina solar flutuante do mundo, e outras estão sendo projetadas. Como painéis solares são mais eficientes em baixas temperaturas, os que são instalados no oceano geram, graças ao resfriamento da água, mais energia do que os montados no solo ou sobre telhados.

Energia eólica

O Japão iniciou a construção de turbinas eólicas em alto-mar, próximo ao litoral de Fukushima. Até 2020, esse parque eólico deverá ter 143 turbinas fixadas em plataformas flutuantes, com expectativa de que gere energia para quase
2 mil residências.

Energia à base de hidrogênio

A energia gerada por hidrogênio não emite substâncias poluentes, apenas vapor de água. Empresas japonesas têm investido em carros movidos a hidrogênio, que já está sendo considerado o combustível do futuro.

DESAFIOS

Os três grandes desafios envolvendo
a questão energética no Japão são:

diminuir

a importação e o uso de combustíveis fósseis;

continuar

investindo em fontes renováveis de energia;

solucionar

o impasse da utilização de usinas nucleares em área sujeita a terremotos e tsunamis.