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Em 2011, o maior terremoto da história do Japão deu origem a um tsunami que atingiu o litoral nordeste do arquipélago.
No caminho das ondas gigantes estava a central nuclear de Fukushima I. Quatro dos seis reatores da instalação explodiram, gerando vazamento radioativo e consequências ambientais, econômicas e sociais que perduram até hoje.
A maioria dos tsunamis é provocada por maremotos, que se originam de tremores ocorridos no fundo do oceano devido ao choque entre placas tectônicas. Esse movimento repentino desloca uma grande quantidade de água, iniciando a formação de ondas gigantes.
As cidades mais destruídas pela força das águas foram as localizadas nas províncias de Fukushima, Iwate e Miyagi, no nordeste do Japão. O tsunami deixou quase 20 mil mortos e desaparecidos, ocasionando a pior tragédia ocorrida no país desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O tsunami provocou o alagamento de áreas agrícolas, espalhando o sal da água do mar pelas lavouras. O governo foi então obrigado a destinar recursos à importação de solos, à dessalinização da terra e a medidas de drenagem para
viabilizar a agricultura.
Barcos foram arrastados pela força das águas e se misturaram aos destroços das cidades. Alguns foram parar em cima de casas, transformando ainda mais a paisagem devastada.
O governo japonês gastou mais de US$ 200 bilhões na reconstrução de cidades que ficaram em ruínas após o tsunami. Entre as medidas tomadas estão a elevação do terreno para proteger as localidades de futuros tsunamis e a restauração completa de estradas e portos.
Use o recurso de scroll para comparar a paisagem do litoral de Rikuzentakata logo após o tsunami de 2011 com o cenário resultante da recuperação da cidade, em 2016.
Uma empresa japonesa está erguendo um muro de gelo de
30 m de profundidade e 1.500 m de comprimento em volta
dos reatores da usina de Fukushima para evitar que águas subterrâneas, vindas de uma montanha próxima à usina,
sejam contaminadas e atinjam o oceano. Além disso,
a ideia do projeto é evitar que o volume de radiação
dentro dos reatores aumente.
Por conta da radiação, foi criada em Fukushima uma zona de exclusão – área de acesso e permanência proibidos à população – que abrange a usina e um raio de 20 km em seu entorno. Quase 200 mil pessoas abandonaram suas casas, deixando todos os seus pertences para trás.
Namie está dentro do perímetro de 20 km de área evacuada pelo governo japonês. Os 21 mil habitantes da cidade foram para outras áreas e hoje a vegetação domina grande
parte da paisagem local.
Muitas pessoas que viviam em áreas afetadas pelo acidente foram transferidas para abrigos temporários, onde aguardam, há anos, que a radiação diminua para níveis seguros.
Mais de 160 mil toneladas de resíduos radioativos foram acondicionadas em armazéns temporários, distribuídos
em cidades do leste do país.O Japão encontra muita dificuldade para lidar com essa situação, já que, com frequência, os objetos precisam
ser descontaminados um a um.
Diferentes países e inclusive outras cidades do Japão suspenderam a compra de produtos agrícolas, peixe e carne provenientes de Fukushima, mesmo após a ameaça de contaminação estar descartada em algumas áreas.
A energia nuclear é menos poluente que as fontes energéticas fósseis. Por outro lado, o Japão é constantemente afetado por terremotos e tsunamis, e, portanto, sempre sujeito a novos acidentes como o ocorrido em Fukushima. Será que continuar gerando energia nuclear vale a pena para o país?
Com receio de novos desastres após o acidente em Fukushima, o governo japonês desativou 48 reatores em todo o país. Em 2015, porém, a usina de Sendai foi reativada, o que motivou manifestações contra o programa nuclear nacional.
A escassez de recursos naturais para atender a sua numerosa população faz do Japão um dos maiores importadores de gás natural, carvão e petróleo bruto do mundo. A origem estrangeira da maior parte desses combustíveis fósseis encarece a geração de energia elétrica no país.
A necessidade de diminuir a emissão dos gases poluentes lançados à atmosfera em decorrência da queima de combustíveis fósseis e a desativação de usinas nucleares forçaram o governo japonês a aumentar os investimentos em fontes renováveis de energia.
Já está em funcionamento a maior usina solar flutuante do mundo, e outras estão sendo projetadas. Como painéis solares são mais eficientes em baixas temperaturas, os que são instalados no oceano geram, graças ao resfriamento da água, mais energia do que os montados no solo ou sobre telhados.
O Japão iniciou a construção de turbinas eólicas em alto-mar, próximo ao litoral de Fukushima. Até 2020, esse parque eólico deverá ter 143 turbinas fixadas em plataformas flutuantes, com expectativa de que gere energia para quase
2 mil residências.
A energia gerada por hidrogênio não emite substâncias poluentes, apenas vapor de água. Empresas japonesas têm investido em carros movidos a hidrogênio, que já está sendo considerado o combustível do futuro.
Os três grandes desafios envolvendo
a questão energética no Japão são: